Foi-se o tempo em que a grande discrepância entre socialdemocracia (leia-se PT e não a direita radical do PSDB) e oposição de esquerda (leia-se a única oposição) era sua revolução por etapas contra nossa revolução permanente. A socialdemocracia brasileira acabou com qualquer possibilidade de confronto ideológico ao instaurar a corrupção permanente, sustentação nada teórica e muito prática para garantir a governabilidade.
Uma das medidas mais aplicadas pelos governos comandados pelos petistas é, em princípio, uma bandeira histórica da classe trabalhadora: EMPREGO - de todos seus agentes políticos em cargos em comissão...
Manter o apoio de uma base de sustentação a um programa que cada dia se adapta mais a ruralistas, banqueiros e máfias sindicais só poderia ser garantido com constrangimento total da crítica interna através da dependência econômica dessa base de sustentação. A lógica deduzida dessa mesma base acomodada e corrompida é: o capital acumulou tanto no Brasil que os gastos com a máquina pública são irrisórios se comparados ao lucros dos capitalistas no país. A corrupção deve entrar nessa esteira para o petismo...
A corrupção no Brasil não começou com o operário metalúrgico do ABC e sim com o príncipe regente de Portugal (que não acreditava na corrupção num só país), o que merece estudo e indignação é como ferramentas históricas das classes dominantes se tornam necessárias para a labuta de setores identificados com a classe trabalhadora que chegam a comandar o Estado.
Depois de dois mandatos que garantiram a estabilidade necessária para o maior lucro da história de muitos bancos instalados no país, a direita tradicional, a mídia e a própria Dilma estão prontos para a "faxina". A faxina é por etapas e prepara uma sujeira maior ainda, um período de tecnocracia estatal. A objetividade racionalista do lucro e da eficiência para combater a corrupção e o pragmatismo, que só podem ser combatidos com controle popular efetivo e filosfia política. As fundações públicas de direito privado são ótimo exemplo de como a corrupção faz parte do lucro, da eficiência e da técnica tanto quanto da política.
Esta manhã deveria escrever copiosamente a segunda parte da crônica sobre a apresentação de Silvio Rodriguez, sobre a história de amor que moveu aquele "concierto", mas ontem uma assessora do governo do estado que comprou no comércio em que trabalho, quis muito que eu adulterasse a nota fiscal, para poder aprovar como gasto público, um macarrãozinho do colega assessor...
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ResponderExcluirAna, adorei teu blog, achei teu texto fantástico.
ResponderExcluirbjo!
Mari
excelente matéria Ana, quero aproveitar, abraço.
ResponderExcluirhttp://www.facebook.com/luisaugustoweber.salvi?ref=ts